A Tarde



O Sol brilhava entre as árvores, era Tardinha.
O chão salpicado de luz e sombra.
Eu observava calada, uma menina;
Que brincava feliz na grama na pracinha.

E os cabelos que voavam serelepes,
E os sorrisos que escapavam do rostinho,
E o brilho em seu olhar que se repetia
A cada revoar dos passarinhos.

Estive então, a rever um filme - em preto e branco -.
Que se passara há alguns anos atrás.
- Eu tive esse mesmo sorriso, essa alma leve.
Eu tive a mesma inocência, a mesma paz- .

A tarde some. A mãe da criança à pega no colo.
E ela se vai, a relutar, fazendo birra.
Não imagina que deixou em mim essa incógnita:
“Em que praça eu esqueci a minha vida”.

Agora, remonto o meu quebra-cabeça.
Tentando entender o que passou.
- Qual espelho mantém a minha face presa?
Que inocência eu perdi num grande amor?

-E essa efêmera alegria que passa,
Deixa apenas um corpo, que trabalha e que se cansa,
Descobri, tive muita pressa pra crescer,
-Eu perdi a minha alma de criança-.

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