Pacto


*




Guardei sob teu leito - meu menino -
um par de asas transparentes

que noite dessas, muito quentes,
eu usei para afugentar o teu calor

Enquanto lá fora duas estrelas suspiravam
e as mortes nos levavam ao escuro...

Eu deixei, bordado em teu travesseiro,
um ponto simples numa linha quase cinza

de um triste Sol partido ao meio
de um desejo sempre e tão soturno.

para que não chegasse outra manhã em tua vida

e que a tarde morresse inda mais cedo
e eu fosse a lua da tua noite mais vazia

Como um espírito deitado, insolente
Me deixei, sempre me deixo ao teu lado

ou como um anjo, num desejo escondido,
na morada que eu fiz no teu abraço.



(Jessiely Soares)

1 comentários:

Vinícius Remer 8 de julho de 2008 às 16:34  

Otima poesia.
Quero um anjo desse pra mim.
Também gosto de poesia,
visite meu blog, tem várias minhas
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