Por essas ruas, por essas luzes amarelas...
Fui deixando pequenos contrastes
- amor e pedra -
por passos não contados no caminho
Medindo
sob estrela e a aquarela
sob o canto do bêbado e a espera
o rubro alvorecer no céu antigo
Conjuguei em versos tais,
- de universo e outros vinhos -
a certeza da entrega
em cálidas noites
de serenos antigos demais...
Os passos não contados
que ficaram de tantas vidas
já não cabem...
nem nessas luzes - segredosas de passados -
nem nessas pedras de rua
de madrugadas imortais.
(Jessiely Soares)
*Foto do Recife Antigo:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=518469
Noites e pedras
Prematuridade
Prematuridade
Nesses dias de ocaso
ao meio-dia
em que tudo lança, fere, sangra, mata
me deixo em pedras frias na calçada
na esperança de chocar-me
contra o vento
Nesses tempos
em que tudo morre, tudo esfria
desenho a última dor da poesia
que se deixa adormecida ao relento
E por horas, inocentes e mostruosas
espero tua voz
vir me carregar antes do Sol...
Não é o que me dizes que me dói
a minha dor é porque tu não
me salvarás à tempo.
(Jessiely Soares)
Contrastes
Poesia enferma
Explosões
Quando teu sorriso cai
na boca da noite
me foge o verso
e meio quilo de dissabores
por entre estrelas de mata fechada...
E se a noite não fizer nenhum sentido
ou se a madrugada
não adormecer contigo,
pinto teu olhar na alvorada.
(Jessiely Soares)
Madrugáveis
estive pensando
no peso de duas estrelas
no vácuo do universo
e em dois dedos de boa prosa
com uma cachaça
no invernar do brejo
ao som de qualquer violeiro
ou dos causos perdidos
do velho Joaquim
e tudo que me faz feliz
mesmo nas horas loucas
de fogueira e violão
é eu gostar de você
e você, contudo,
também gostar de mim.
(Jessiely)