Amo-te


Amo-te.
Não porque foste meu por tempos imemoriais
Ou porque o lirismo comedido te trouxe entre versos e sonhos.
Amo-te porque me fizeste sorrir quando me faltava tudo o mais.

Amo-te.
Não por teus olhos castanhos (que me deixam extasiada),
Ou por tuas mãos (que me acariciam e me dão vida nova),
Mas pelo que sinto quando me olhas, me abraças,
E sussurras que longe de mim já não há mais nada.

Amo-te.
E não é surpreendente.

Se entre tantos eu te vi e me notaste.
Se naquele instante tu me reconheceste e recuaste o passo,
Voltando placidamente ao meu encontro,
E eu, já embriagada de tanto uísque,
Senti o encontro dos teus lábios no meu rosto,
Um - oi - sussurrado ao ouvido.

E tu não o sabes, (ou talvez saibas):
estremeci.
O ar fugiu.
E me rendi.

Amo-te,
Pelo sublime momento no qual me beijaste,
Deixando o rosto escorrer pelo meu até alçar-me os lábios.
Pelo sorriso doce lançado tão próximo à minha boca,
Como um explorador que enfim encontrou o que buscava.

E sabes, amo-te ainda mais,
Por não soltares minha mão naquela noite,
Por não soltares minha mão naquela manhã,
Por não soltares minha mão, meu amor.

0 comentários: