Esses dias


Tenho sofrido esses dias
Mas não esses sofrimentos por perdas eternas:
Dessas que afligem,
Desequilibram, dilaceram.

Eu tenho sofrido as apáticas dores de existir.
- aquelas puramente inexplicáveis
e inexplicavelmente puras-
Estas já enraizadas em meu ser,
Acredito que já nasceram comigo.

Nesse meu sofrimento indefinido
Padeço vendo o Sol nascer,
E mesmo quando está a pino;
-ao meio dia- Parece que não pode me aquecer.

Fico sentada sozinha,
vendo o despontar da lua,
E nesse desencontro comigo mesma,
Parece que o astro me repele.
-Não me vejo mais como antes,
E nem saio mais à rua-.

Olhar-me no espelho para quê?
Não reconheço minha face.
Miro uma ou duas rugas,
Das quais não me recordo de ter visto,
Hoje pela manhã...

Ando pela casa, silenciosamente.
Essa ansiedade tem mesmo que aparecer?
Tenho que colocar a cabeça no travesseiro e dormir...

Não agüento ver,
Que já é manhã.
De um outro dia.

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