Inerte


Pendurada na corda bamba
dos meus sonhos,
desafio a gravidade,
inerte e imune
à realidade.

Trago teu silêncio
persistente
para meu quarto.

Madrugada nas cortinas,
despida Lua
E teu retrato
orvalhando
pela cidade.

Pobre de mim
que lancei
meus desvarios
sob o nada
e perdi
minhas razões
em certezas absurdas.

Pobre desses sonhos
tão mutantes,
metamorfoses
lancinantes,
mãos fecundas.

- há sempre uma
tristeza
nessa sala
que me inunda -

Nesses momentos
de insensatez profunda,
sou menina.

E apenas
o teu olhar
castanho
me alucina.


( Jessiely)

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