Seu maior veneno







Ecôo por essa sala
enfeitada
Por quadros azuis
-Cujo artista
Durante a vida
Não conheceu a fama-.

Estou embriagada
De solidão
-à meia luz-.

Sobre a alcatifa
converso
Com as fotos antigas
De algum parente morto.

E algum mistério absorto
Pensa me atingir
(me escondo)

O medo não irá persuadir.
A solidão da alma
Que me rouba a paz
Deixa-me vulnerável.

- Mal que me corrói a vida
Maldito câncer
Irremediável-

Ressinto
Este sabor amargo
Deste vinho tinto
Com o qual sonhei um dia

E esse sentimento vil
- Seu maior veneno -
Inefável grito de melancolia.

Esqueço a face
Madrugada afora
Tua presença
Não irá chegar.

Brindemos,
Eis que estou só
Minha imagem mórbida
A me dilacerar

À Meia Luz...

Solidão.

[ embriagar]

(Jessiely)

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